quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Cosas de las Crónicas de Buenos Aires



Entre 18 a 22 de Setembro deste ano ocorreu na Argentina o Congresso Mundial de Psiquiatria; resolvi colocar no blog algumas das coisas que vivenciei; não propriamente do conteúdo do congresso, que deixarei para depois, mas do estar lá, na capital portenha.

O primeiro dia, sábado (17/09)
Chegamos rápido e tranquilo a Cumbica; como podia se esperar pela hora; Getúlio (meu sogro) comentou que se o Gui estivesse ali eles poderiam assistir, depois de deixar-me no aeroporto, ao treino do Corínthians para o jogo de amanhã (domingo); ali pertinho mesmo. Eu realmente estava mais preocupado com o embarque, pois não consegui fazer meu “check-in” pela internet e foi somente menos de 12 horas antes de meu vôo que pude ver que de fato ele existia, mas não estava confirmado; pelo menos não sou ansioso e pude dormir bem. Na época de meu pai viajando todo mês para a Argentina e USA não sei como ele pensava (EU era criança, e ele, acho que era mais novo que eu hoje) ... mas, com certeza preocupações não faltavam. Ainda me lembro da primeira vez que cheguei a Buenos Aires, em 1976; depois vou relembrar, escrever e em colocar em palavras isto.
Ao fazer o “check-in”, logo cedo ainda tive um problema; por sorte era cedo e sem correr risco de perder o vôo... meu sobrenome estava trocado por TOLADO; um pequeno erro de digitação de alguém que nem se saberá jamais o autor (nem ele mesmo), mas que causou uns 45 minutos ou mais de espera no balcão de Aerolineas, passando a dúvida de mão em mão até chegar à Polícia Federal (fazer aquela checagem “cara-crachá-cara-crachá-cara-crachá” no passaporte, mensagens trocadas em rádio com superiores, e decidir finalmente que eu era eu mesmo e que aquilo foi apenas um erro). Minha palavra de fato, ao vivo, dizendo que eu sou quem eu sou de nada valeu. Como mais tarde me disse um amigo, fiquei mesmo é aTOLADO no aeroporto; mas resolvida a querela, fui a passear, fazer xixi, comprar um caça-palavras e chicletes, e tomei um café; absurdo de caro e absurdo de fraco com pão-de-queijo murcho; nada de estimulante. Pero, sin embargo, finalmente o embarque. O “duty free-shop” de São Paulo ainda continua meia-boca; poucas coisas a comprar, com o hipnotismo implícito do “comprem agora! Pois pagamos muitos impostos, e se arrependerão depois!”; por detrás de pseudo-promoções, nem tão atraentes e eram quase todas voltadas para as mulheres (só podia ser...) e apreciadores de tecnologias portáteis. Mas, o pior, tudo o que eu achei interessante para a Roberta custava mais de US$ 1.000. Será que sucumbi aos poderes do mercado neo-capitalista? Creio que nem tanto; apenas sinal de que ainda continuamos subdesenvolvidos, apesar dos apelos dos governantes PTistas; não pelo preço em si, mas pela afetação implícita e subliminar de que somos todos pobres, mesmo os que viajam ao exterior, pensando em fazer vantagens, apesar de toda a propaganda, nos reais termos da “propaganda” que as alemães fizeram na 2.a GM. Acho que isto se repete desde muitas décadas...
Después, um vôo tranquilo, ainda que em um avião que eu vi que era velho (porém, o verbo deveria ser no presente mesmo pois continuará a voar...). Mas Boeing é Boeing, tanto como Jeep. Sem sacudelas ou turbulências; apenas um sujeito umas três ou mais vezes mais obeso que eu a roncar muito alto a meu lado e ocupando duas poltronas, e, perdão, flatular é pouco; o cara cheirava merda mesmo, e eu nem sabia neste momento que esta era apenas a primeira, e menos intensa que me aconteceria ainda...
Quando cheguei, ao levantar de minha poltrona onde mal podia me mover vi que o mais gordo que eu conseguiu quebrar meus óculos de leitura... joguei a tralha fora e precisei gastar uns trocados em um novo anteojos no “duty free-shop” de Buenos Aires para poder ler e até escrever agora... na saída encontrei de pronto o motorista dizendo que ia fazer meu translado, tudo de conforme combinado. Ramón Carlos és su nombre, e pilotando um Citroën C4 nuevo (2011) disse-me que é peronista, falou muito a respeito das próximas eleições na Argentina; ficou também dizendo que a Argentina está contaminada de paraguaios, peruanos e bolivianos e introduzir uma “ola de horror”, mendicância, prostituição, tráfico, trabalho escravo e etc... coisas que todos sabem que existe no mundo todo, mas do modo como falava talvez somente existisse ali mesmo. Coisas que precisarão de atitudes de governantes de fato com comprometimento não com partidos ou alianças, mas com interesses supra-nacionais. Isto será raro. Se sequer existirá.
O caro motorista ainda ficou puto da vida pois eu disse que queria assistir a uno partido de fútbol de Boca Juniors... e ele começou a xingar pois ele torcia para o River Plate, rebaixado à segunda divisão (série B para nós) do futebol argentino.
Cheguei no hotel: então disseram que fizeram “un cambio”, pois aquele meu hotel reservado estava lotado, e (olha que coisa de código de consumidor!), fui trocado de um hotel de três estrelas de U$ 80 a diária para um hotel de cinco estrelas com diárias de US$ 190, a mais barata. Não fui ainda checar quanto custa meu apartamento, mas apenas saber que saí ganhando me deixou alegre, com uma jacuzzi en acomodación! Pero, mierda, vou ficar a assistir simpósios... não dá tempo para estas coisas...
Bom apartamento, cama grande, sem ficar com frio nos pés; tomei banho e saí para uma caminhada; estou hospedado a dois quarteirões da Casa Rosada (que nem está tão rosada assim), uns cinco de Puerto Madero. Mais 45 ou 50 minutos de caminhada para o centro de convenções; fui até a orla de Puerto Madero; então veio la segunda mierda...
Uma PALOMA, pequeña y desgraciata palomita, cagou na minha cabeça; pequena paloma, pero enorme cagada... pareceu um ovo frito em tamanho; sujou-me todo; e aquilo tem um odor fétido, feio, horrível. Deu nojo, náuseas.... sério!
Eu estava meio longe já... tive que voltar ao hotel, com todas las personas a mi redor mirando-me com ares de asco, fedendo cocô de pomba... cagou na cabeça, nos meus óculos, na minha camisa e casaco, em minha mochila... voltei. Banho e roupa nova. Fui ao Carrefour na Avenida 9 de Julio (6 quarteirões) para comprar produtos de limpeza para a mochila... ela é fundamental, Swiss Gear, merece... e um desodorante também.
No caminho de volta, quase 8 da noite, fiquei pensando sobre os meteoros caindo sobre nosso pequeno planeta... la mesma cosa que a cagada da pomba; sobrevivi ao impacto. Sentei um pouco nos degraus da catedral de Buenos Aires. Como tinha muitos mendigos e não tinha eu percebido antes, logo acabei saindo. Amanhã, domingo, vou no caminho procurar alguns sebos de livros antigos, ver o Plata, e começar o congresso de manhã ainda.
Buenas noches! Isto foi ontem.
Saludos,
Lourenço

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